Postado por Magno Martins às 05:45
Ilimar Franco - O Globo
A presidente Dilma tornou mais sólida sua base de apoio no Congresso. Com a pasta da Saúde nas mãos do PMDB, é muito menor a possibilidade do impeachment prosperar. Essa é a avaliação feita por dirigentes tucanos.
A perda da Saúde gerou enorme frustração no PT. Mas seus líderes no Congresso reconhecem que esse é o preço a pagar para fortalecer o apoio ao governo. Fragilizado pela Operação Lava-Jato, o PT não pode pensar em se afastar de seu próprio governo e de abdicar de combater os que o querem fora do poder. No caso das pastas temáticas (Igualdade Racial, Mulheres etc) estão conformados. Repetem que a estrutura mudou, mas o importante é que as políticas serão mantidas.
A presidente nunca terá o apoio de todos nas bancadas aliadas, mas o risco de defecção foi reduzido. A votação na bancada do PMDB da Câmara sobre indicar ou não nomes para o Ministério, inclusive Saúde, foi eloquente. Votaram sim 42 e não 9.
Mesmo com baixas em suas bancadas. A manutenção das pastas do PSD (Cidades); do PP (Integração); do PR (Transportes); do PCdoB (Ciência e Tecnologia); do PRB (Esportes); do PTB (Desenvolvimento, Indústria e Comércio): e, do PDT (sem pasta definida), afastam a possibilidade de uma articulação política consistente pela deposição da presidente Dilma.
A experiência demonstra que crises econômicas e manifestações de rua não derrubam governos. O relevante é a articulação política.
Foi assim que o PSD aproveitou um erro de Jânio Quadros e declarou a vacância na Presidência da República. Foi dessa forma que a UDN, o PSD e os militares apearam João Goulart do Planalto. E, foi uma costura entre Itamar Franco, o PMDB e o PSDB, que deflagrou o impeachment do atual senador, Fernando Collor. E é, por isso, que agora, os tucanos (segundo reportagens) diziam que estavam nas mãos do PMDB, e do vice Michel Temer, para tocar o impeachment.
O quadro sempre pode mudar, mas essa é a pintura do momento. Uma outra tela ainda está por ser desenhada.
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