Estamos andando na contramão do tempo e da lógica, em matéria de obras de infraestrutura. Não existe planejamento nas obras e o que se faz é mal feito, principalmente em matéria de calçamento.
Basta uma rápida caminhada pelos bairros para se perceber a quantidade de obras de calçamento em ruas sem redes de esgoto e sem água, o que nos leva a crer que esse calçamento terá que ser demolido, num futuro próximo, para que sejam implantados os serviços de água e esgoto.
Chega a ser estranho essa obcessão pelas obras de calçamento. Será que nesse tipo de obra fica mais fácil para se desviar dinheiro? Ou será que estão querendo angariar votos para as próximas eleições?
Quanto à primeira indagação, não há o que se duvidar. Bastam olhar o histórico das contas do prefeito, analisadas pelo Tribunal de Contas. Dos seus três mandatos de prefeito que totalizam 12 anos a frente da prefeitura, sete já foram julgados pelo TCE e desses sete, seis furam rejeitados.
O método utilizado para desviar dinheiro do povo é simples: uma das formas é contratar empresas de fachada, apenas para forjar os processos de licitação, depois as obras são tocadas pela própria prefeitura. Assim são feitas a grande maioria das obras de calçamento.
O prefeito encaminhou para a Câmara um pedido de suplementação de verbas, de mais de setecentos mil, para a Central de Abastecimento que está sendo construído junto ao Mercado da Carne. A Comissão de Finanças e Orçamento da Câmara solicitou informações a respeito da obra para saber qual a empresa responsável por ela, qual o valor da obra e de que forma a ela deveria ser executada.
As informações não chegaram à Câmara. A pergunta é: por que não as enviaram, se o interessado na verba era o próprio prefeito? A princípio os vereadores já sabem que no contrato está uma empresa de Afogados da Ingazeira, mas quem toca a obra é a própria prefeitura.
É sempre assim. Desde a CPI, que por sinal surgiu por causa de fraudes em licitações e desvio de dinheiro em obras. Tudo comprovado, mas, através de liminares, generosamente concedidas pela justiça o prefeito continua governando até hoje.
No “modus operandis” dos desvios do dinheiro público consta ainda uma frota de caminhões velhos e outros tipos de veículos, agregados à prefeitura, que apesar de estarem em nome de laranjas, pertencem de fato ao prefeito, isto é publico e notório, podem ser vistos por aí carregando areia, água ou podem nem está rodando, apenas faturando.
Quanto à pretensão eleitoral, acho que não dará muito certo. Basta ver a população revoltada com o estado de abandono em que a cidade se encontra. Esgoto a céu aberto, calçamento danificado, lixo por toda parte, enfim. Os Senhores Renato Góis e Josué, da Av. Gerson Gonçalves de Lima, 603 e 601, respectivamente, estão revoltados, apesar da frente das suas casas estarem sendo calçadas, nesse momento.
Eles tiveram que improvisar uma rede de esgoto em PVC, conforme Pode ser notado nas fotos postadas, porque a obra do calçamento destruiu o que existia e nada foi feito para repor a antiga rede de esgoto. Nessa localidade ainda não existe rede de água, o que significa dizer que esse calçamento terá que ser demolido para instalação de água e esgoto.
Pelo que já vimos e continuamos vendo, o nosso protesto e a nossa indignação não têm sido suficiente para estancar esse estado de coisas, da mesma forma que os órgãos fiscalizadores e a justiça também têm sido lenientes, nesse aspecto, não restando alternativa, senão a decisão soberana do povo custodiense, no próximo dia sete de outubro.
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