Os corredores do Senado sempre cheios de assessores e parlamentares engravatados ganharam um tom diferente no início da tarde desta terça-feira com a chegada de 70 vaqueiros de várias regiões do País. Vestidos a caráter com chapéu e gibão, o grupo veio acompanhar a votação do Projeto de Lei (PLC) 83/2011, que reconhece e regulamenta a profissão deles.
A pedido de líderes partidários, a proposta será votada em regime de urgência hoje e será o primeiro item da pauta do plenário. O texto define o vaqueiro como profissional responsável pelo trato, manejo e condução de animais como bois, búfalos, cavalos, mulas, cabras e ovelhas.
Segundo o presidente da Associação dos Vaqueiros de Conceição do Coité, na Bahia, Áureo Carneiro, a regulamentação vai permitir ao vaqueiro "trabalhar com mais satisfação e amor". "Hoje quem paga bem um vaqueiro, paga um salário (mínimo). A maioria, 90%, não ganha nem isso. Enquanto tem a sua juventude, sua força física, ele consegue emprego. Depois que ele fica velho e cansado ou sofre algum acidente na lida, ele é dispensado pelos patrões sem nenhuma garantia", lamentou.
"Vamos ter os direitos legais que todas as profissões já têm: periculosidade, insalubridade, adicional noturno, hora extra, que ninguém que trabalha como vaqueiro recebe isso. É uma maneira de valorizar a nossa profissão que é uma das mais antigas do mundo", disse o representante da Associação dos Encourados de Pedrão, também da Bahia, Anderson dos Santos Maia.
O vereador Gilberto de Belchior acha muito importante o Projeto que regulamenta a profissão do vaqueiro, mas, destaca que a maioria deles vive por conta própria, ou seja, cuida do seu próprio negócio. Nesse caso, de quem o vaqueiro irá cobrar seus direitos? Alguma coisa precisará ser feito por essa categoria, seja pelo governo, seja pela sociedade, para que eles realmente tenham os benefícios que merecem.
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