
Temer não foi de grande valia. Primeiro porque Renan não compartilhara com a direção do PMDB a decisão de alvejar Dilma depois de ter esnobado um convite dela para jantar no Alvorada. Segundo porque o vice-presidente da República já não parece confortável no papel de algodão entre os “cristais” do governo e do seu PMDB.
Consolidou-se no Planalto a conclusão segundo a qual Renan decidiu flertar com a oposição por considerar que o governo não moveu uma unha para livrá-lo das complicações da Operação Lava Jato. A leitura dos correligionários do PMDB é outra: ao sentir o cheiro de queimado, Renan decidiu protagonizar dois gestos.
Num, o morubixaba do PMDB alagoano acena para o pedaço da Opinião Pública que já não suporta Dilma e o PT. Noutro, ele faz média com os partidos de oposição no Senado. Tenta evitar a formação de uma maioria que, em futuro próximo, possa ameaçar-lhe o mandato.
Quanto a Dilma, que já não socorre nem a si mesma, Renan já não enxerga nela o proveito de outrora. Hoje, já não é possível extrair impunemente dividendos de “espaços'' como a Transpetro, uma jazida onde Renan manteve por 12 anos o afilhado Sérgio Machado.
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