domingo, 3 de abril de 2016

Lula em Fortaleza ataca Temer e Cunha

Postado por Magno Martins às 02:00


“Será que é ódio por que a empregada doméstica passou a ter direito neste país? Será que é ódio por que filho de pobre, negro, da periferia, passou a fazer faculdade?"
Do Jornal do Brasil
Um ato "em defesa da democracia e contra o golpe" foi realizado na manhã deste sábado (2) em Fortaleza, Ceará, com a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em um discurso de meia hora, Lula ressaltou as conquistas dos governos do PT, a necessidade da retomada do crescimento econômico e cobrou responsabilidade do vice-presidente da República, Michel Temer. De acordo com a Secretaria da Segurança e Defesa Social do Ceará, cerca de 12 mil pessoas participaram do ato.
“Eu perdi muitas eleições. E eu quero que ele [Michel Temer] aprenda sobre as eleições. O Temer é um professor de direito e sabe que o quê estão fazendo é um golpe. E isso, ele sabe que vão cobrar é dos dos filhos dele, é do neto dele amanhã. Porque a forma mais vergonhosa de chegar ao poder é tentar derrubar um mandato legal”, disse Lula.
“Será que é ódio por que a empregada doméstica passou a ter direito neste país? Será que é ódio por que filho de pobre, negro, da periferia, passou a fazer faculdade?"
O ex-presidente também destacou que, se o Supremo Tribunal Federal (STF) aprovar, vai assumir a Casa Civil. “Quinta-feira, eu estarei assumindo a Casa Civil, se a Suprema Corte aprovar, para ajudar a presidente Dilma, andar de mãos dadas com ela e com vocês, para criar condições de melhorar a vida do povo. Nós temos que garantir a governabilidade."
“Será que é ódio por que a empregada doméstica passou a ter direito neste país? Será que é ódio por que filho de pobre, negro, da periferia, passou a fazer faculdade? Será que é ódio por que 22 milhões de empregos foram gerados em 12 anos? Será que o ódio é por que todos os trabalhadores organizados tiveram aumento de salário? Será que é por causa do Fies, do Pronatec, das escolas técnicas, do Minha Casa Minha Vida, do Bolsa Família e do aumento real do salário minimo: Eles precisam explicar porque tanto ódio da primeira mulher que preside o país”, questionou o ex-presidente. 
Lula também comentou sobre o clima de ódio instalado no país. “Vivo nesse país fazendo política e nunca vi um clima de ódio estabelecido no país como está estabelecido agora. Aqueles que amam a democracia aqueles que gostam de fazer política querem que se respeite a coisa mais elementar, que é o respeito ao voto popular que elegeu a Dilma.”
O ex-presidente destacou ainda que Dilma Rousseff não cometeu crime de responsabilidade e irregularidade, e classificou de “golpistas” os que defendem o impeachment. “Ninguém aqui é contra o impeachment que está na Constituição com base legal, por crime de responsabilidade, mas Dilma não cometeu nenhum crime, nenhuma irregularidade. Por isso, defender impeachment hoje é, sim, ser golpista neste país. A melhor forma de chegar ao poder é pelo voto, o resto é golpe. Vamos falar para o Cunha e para o Temer: não vai ter golpe!”, salientou Lula.
A visita do ex-presidente atraiu a população da cidade e de outros municípios, que formaram caravanas para participar da manifestação. Bandeiras, estandartes e camisas estampavam o rosto de Lula e os depoimentos das pessoas reforçavam a sua liderança política. “Nós viemos a Fortaleza dar apoio a Lula porque ele foi a pessoa que mudou a cara do Brasil. A visita é importante porque ele vem mostrar que tem compromisso com o povo.”, disse o agricultor Tertuliano Alves Feitosa, que mora em Pedra Branca, a 262 quilômetros da capital cearense, à Agência Brasil.
"Essa gente que vai para a rua usando verde e amarelo para dizer que são brasileiros precisava ter trabalhado o tanto que nós trabalhamos. Eles precisam saber que esse povo que está aqui é ordeiro, paga suas contas e que quer apenas respeito ao mais elementar e universal, que é o direito ao voto popular que elegeu Dilma”, disse Lula.
A manifestação, chamada de Jornada de Luta em Defesa da Democracia, teve participação do presidente nacional do PT, Rui Falcão, do governador do Ceará, Camilo Santana, além de dirigentes do PT, deputados e senadores. O presidente nacional da CUT, Vagner Freitas; os senadores da República José Pimentel (PT-CE), Regina Sousa (PT-PI) e Humberto Costa (PT-PE); os governadores do Piauí, Wellington Dias (PT), do Rio Grande do Norte, Robinson Faria (PSD), da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB), o presidente do PT Ceará, De Assis Diniz, deputados federais e estaduais, prefeitos e vereadores petistas e de outros partidos também compareceram. O evento ocorreu na Praça do Ferreira, no Centro de Fortaleza, e contou com apresentações culturais de artistas.

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