quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

O Brasil precisa voltar a crescer, diz Armando

O novo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), Armando Monteiro, anunciou, hoje, durante cerimônia de posse no cargo, que vai apresentar “nos próximos dias”, um plano nacional para estimular as exportações de produtos brasileiros.
“O Mdic apresentará nos próximos dias, um arrojado plano nacional de exportação, com ampla participação do setor privado e indispensável visão integradora das diversas regiões do país", disse Monteiro em seu discurso de posse, que aconteceu na sede do Banco Central, em Brasília.
"Esse plano, que será apresentado e negociado com as outras áreas do governo, haverá de contemplar medidas focadas na superação de entraves relacionados a financiamento, garantias e desoneração de exportações e facilitação de comércio”, completou ele.
O anúncio do novo ministro ocorre dois dias após o governo divulgar que a balança comercial brasileira registrou em 2014 déficit (exportações menos importações) de US$ 3,930 bilhões, o primeiro em 14 anos. O resultado do ano passado também é o pior do comércio exterior brasileiro desde 1998, quando as compras para outros países superaram as vendas em US$ 6,623 bilhões.
Antes de 2014, a última vez que o país registrou déficit no comércio exterior foi em 2000, quando as importações superaram as exportações em US$ 731,7 milhões. Em 2013, o Brasil havia registrado superávit (exportações superiores às importações) de US$ 2,384 bilhões. Apesar disso, o resultado já era o pior dos últimos 13 anos.
Segundo o secretário de Comércio Exterior do Mdic, Daniel Marteleto Godinho, três fatores que contribuíram para o déficit em 2014: queda no preço das commodities maior que a esperada, principalmente do minério de ferro (as commodities são os principais produtos exportados pelo Brasil); crise econômica na Argentina, país que é um dos nossos principais compradores; e os gastos do Brasil com importação de combustíveis, que apresentaram melhora no ano passado, mas ainda são considerados muito elevados.
Monteiro também mencionou que, para colocar em prática o plano para incentivo às exportações, irá estabelecer, junto com o Ministério das Relações Exteriores, “uma política de comércio exterior mais ativa.” De acordo com ele, o objetivo será ampliar os acordos comerciais do Brasil com parceiros estratégicos, entre eles EUA, China e países do Mercosul.
Agenda positiva
O plano de incentivo às exportações é um dos cinco eixos de uma “agenda positiva” anunciada por Monteiro em seu discurso de posse. Outro deles, segundo o novo ministro, será apresentar ao governo “um conjunto de reformas microeconômicas de reduzido impacto fiscal”, mas não detalhou como ela pode ser feita.
De acordo com ele, essas reformas buscarão “melhorias e harmonização do ambiente tributário, sobretudo na perspectiva de desoneração dos investimentos e simplificação das obrigações acessórias”, além de “desburocratização de processos em diversas áreas.”

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