domingo, 29 de abril de 2012

Desmatamentos agravam os efeitos das estiagens


A cobertura vegetal protege o solo da incidência direta dos raios solares, reduzindo a evaporação da água do solo, exercendo influência direta sobre a manutenção da matéria orgânica, a retenção de umidade, a conservação das propriedades físicas e químicas do solo, a proteção da atividade biológica, enfim. A cobertura vegetal é fundamental em períodos de estiagem como o que está se iniciando nesse momento.
Atualmente essa cobertura vegetal praticamente não existe mais, devido a ação extrativista do homem, que desmata indiscriminadamente para vender a madeira ou fazer carvão, além do uso intensivo da atividade agropecuária, via de regra utilizando práticas inadequadas que resultam na degradação dos nossos solos.
Esse processo vai deixando o nosso semiárido cada vez mais vulnerável a estiagem, principalmente por causa da menor oferta de alimentos nativos para os rebanhos e da redução da capacidade de retenção de água no subsolo.
Ainda com relação à alimentação dos rebanhos, acrescente-se aí a destruição da principal reserva alimentar que era a palma forrageira, pela cochonilha do carmim, uma praga importada do México pelo IPA, para uma experiência desastrosa na Fazenda Cachoeira, localizada no município de Sertânia. No México essa praga é utilizada para extração de um corante utilizado em iogurtes e outros alimentos. Essa seria a finalidade da importação dessa praga. Ocorre que, não existindo inimigo natural, no Brasil, para o controle da praga, ela se alastrou pelas plantações de palma, causando sério desequilíbrio ecológico e inviabilizando o plantio dessa forrageira.
Palma atacada pela cochonilha do carmim
Então, para pensar na convivência do homem com esse fenômeno natural e cíclico, que são as estiagens que acontecem no nosso semiárido, é preciso pensar em tudo isso. Ou melhor, é preciso estudar a  fundo a relação homem-meio ambiente, para que possamos garantir a sobrevivência das atuais e futuras gerações.

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