quinta-feira, 5 de abril de 2012

Tributo à Luis Carlos Prestes


Trajetória de Prestes, da coluna à intentona comunista

Em 5 de julho de 1922, um grupo de militares amotinados no Forte de Copacabana iniciou uma luta que marcou a história brasileira. Liderados inicialmente pelo coronel Euclides Hermes, filho do ex-presidente Marechal Hermes da Fonseca, tinham por propósito impedir a posse do presidente recém-eleito Artur Bernardes. Mas, com o decorrer da década de 20, o "Movimento Tenentista" - como ficou conhecido pela maciça participação de oficiais de baixa patente - ganhou objetivos mais amplos e um líder que figura hoje entre as principais biografias do século 20.Luís Carlos Prestes, militar que fez carreira no Rio Grande do Sul, não participou da "Revolta dos 18 do Forte", pois, acamado estava impossibilitado de lutar contra mais um dos representantes das oligarquias que, com um modelo político baseado no poder local dos coronéis e nas fraudes eleitorais, dominavam o país.

Dois anos depois desse primeiro levante, os tenentes novamente se sublevaram em
São Paulo, impondo a fuga de Carlos de Campos, Presidente do Estado (assim eram chamados os governadores durante a República Velha), para o Rio de Janeiro e assumindo o controle da cidade durante alguns dias.

Apesar do sucesso inicial dos tenentes, a Revolta Paulista de 1924 também entrou para a história por explicitar a fragilidade ideológica dos revoltos. Ainda que tivessem tomado a cidade, encontraram muitas dificuldades no relacionamento com os civis e, principalmente, na violenta repressão por parte do governo federal que, indiscriminadamente, atacou instalações militares e muitas áreas habitadas somente por civis.

As dificuldades em manter o governo da cidade e de resistir aos ataques das tropas federais resultaram na retirada dos tenentes de São Paulo que, em busca de um local que possibilitasse a reorganização do movimento, rumaram para a cidade de Foz do Iguaçu.

Foi por essa época que o então capitão Luís Carlos Prestes levantou suas tropas em Santo Ângelo no Rio
Grande do Sul e se encaminhou para Foz do Iguaçu. Em 1925, com a fusão da Coluna Paulista (uma guerra de movimento que, segundo alguns historiadores, pode ser considerada uma guerra de guerrilha) e da Coluna Riograndense originou-se a Coluna Miguel Costa - Luís Carlos Prestes.

Durante três anos, os tenentes percorreram a pé e a cavalo cerca de 25.000 km. O número de integrantes da coluna variou em função das regiões por onde passou, da adesão da população oprimida pelas oligarquias e da repressão contra eles empreendida pelo governo e pelos coronéis.
Durante essa caminhada muitos confrontos aconteceram. Um desses confrontos aconteceu em Pernambuco, justamente em Custódia, mais precisamente no Sítio Pitombeira, onde ainda hoje existe um Memorial dedicado à Coluna Prestes, no qual muitos soldados da Polícia Militar de Pernambuco morreram nesse combate.
No mapa ao  lado pode-se constatar que a Coluna Prestes passou por Pernambuco, justamente na altura do Município de Custódia.

Apesar de todas as dificuldades que impossibilitaram que Prestes e seus comandados atingissem seu objetivo - destituir o presidente Artur Bernardes-, a Coluna Prestes marcou época pelo seu aguerrido combate em busca de reformas políticas e sociais e, principalmente, por nunca ter sido derrotada.

Em 1927, a invencível Coluna dissolveu-se na
Bolívia. Incapazes de assumir o governo, os homens de Prestes receberam do comandante, eternizado pelo apelido de Cavaleiro da Esperança, a autorização para tomarem seu próprio destino. Alguns ficaram na Bolívia, outros clandestinamente no Brasil onde foram presas fáceis da repressão governamental, mas alguns dos que voltaram se engajaram anos depois na Revolução de 1930.

 

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