Josias de Souza (Blog) |
Na véspera da greve, em
discurso para uma platéia de estudantes, na cidade baiana de Vitória da
Conquista, o presidenciável Eduardo Campos (PSB) jactou-se na última
segunda-feira dos êxitos que obteve como governador de Pernambuco na área de
segurança pública (ouça abaixo). Ele disse que a polícia pernambucana passou a
ser “gerida com autoridade” e “com planejamento”. Por isso, a violência “não
estourou” no Estado. Menos de 24 horas depois desse discurso, estourou a greve
da PM de Pernambuco, que espalhou violência pela capital, Recife, desde
terça-feira. Na sua passagem pela Bahia, Eduardo Campos estava acompanhado das candidatas do PSB ao governo do Estado, a senadora Lídice da Mata, e ao Senado, a ex-ministra do STJ Eliana Calmon. Ele fez críticas duríssimas ao governo Dilma Rousseff, inclusive na área de segurança. Disse que “a União fica de costas” para os problemas: “No ano passado, passou R$ 300 milhões para todos os Estados da federação. Absolutamente nada!”, declarou. Bateu também na Polícia Federal, que não consegue deter a entrada de armas e drogas no país. As fronteiras estão “escancaradas”, afirmou. Foi nesse contexto, que Campos mencionou Pernambuco como contraponto positivo. “A violência estourou no Brasil e no Nordeste inteiro”, disse. “Por que lá em Pernambuco não estourou? Por que é o único Estado que, em sete anos ininterruptos caiu a violência? Por que nós fomos premiados pela ONU? [Por que] nós, que éramos a capital mais violenta do Nordeste, o Recife, hoje é a mais segura? Porque teve trabalho. Não deixamos interferência política nas polícias. Fizemos um plano de policia chamado Pacto pela Vida, com prevenção social…” Em Pernambuco, disse o ex-governador, a política vem “sendo gerida com autoridade, com planejamento, trocando a força pela inteligência. Fizemos um programa de governo na segurançaa pública que fez avançar a sensação de segurança nos quatro cantos do Estado.”
Nesta quinta-feira (15), num instante em que
Pernambuco teve de recorrer ao Exército e à Força Nacional para conter a
violência, Eduardo Campos reposicionou-se em cena. Divulgou uma declaração que
inclui um apelo à sensatez. “A hora agora é de bom senso, de lutarmos juntos por
melhores salários, sem contudo deixar a sociedade pernambucana no medo e na
insegurança. A melhor solução virá do diálogo e do respeito às leis. É o que
todos queremos”, declarou.
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sexta-feira, 16 de maio de 2014
Greve: na véspera Eduardo festejou 'segurança' em PE
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