Graças a burrice de setores da esquerda brasileira
Texto de Magno Martins
As deprimentes cenas de
burrice e intolerância no rastro da visita da blogueira cubana Yoani Sánchez ao
Brasil, desde a sua chegada ao Recife no domingo, passando por Feira de
Santana, Brasília e agora São Paulo, fazem-me recorrer novamente ao sábio Frederico
Branco, que nos ensinava na velha redação do "Estadão": tem coisa que
pode e tem coisa que não pode.
Não pode, por exemplo, um grupelho de furiosos
militantes pró-Cuba
perseguir a moça onde quer que ela vá, puxar seus
cabelos, esfregar
notas falsas de dólar na sua cara, impedí-la de
participar de debates,
de exibir um filme e até de dar autógrafos, como
aconteceu na noite
desta quinta-feira numa livraria aqui em São Paulo.
Pouco me importa saber se ela é agente da CIA, do
Mossad, do Vaticano ou de Hollywood, se é financiada por uma entidade de
jornais conservadores ou se está a serviço de quem quer que seja.
Yoani Sánchez tem todo o direito de falar o que
quiser e quem não
estiver de acordo que a conteste nos debates ou
nas redes sociais. O que não pode é impedí-la de expressar o que pensa e
impedir a sua livre circulação pelo país.
Além de tudo, é uma cretinice o que esses
militantes estão fazendo,
pois transformaram Yoani em celebridade de um dia
para outro,
deram-lhe uma visibilidade na mídia que jamais
teria, se simplesmente a deixassem cumprir sua agenda no Brasil.
O resultado disso é que apenas atiçaram o ódio
devotado desde sempre ao regime cubano pelos celerados blogueiros e colunistas
abrigados no nicho de mercado dos neocons da nossa mídia grande, que
aproveitaram a deixa para atacar o governo petista e jogar a blogueira no colo
do PSDB, em mais um Fla-Flu de intolerância explícita.
Pode Yoani ter ido além das chinelas, ao cobrar,
por exemplo, em
debate promovido sugestivamente no
"Estadão", mais "dureza ou
franqueza" do governo brasileiro na defesa
dos direitos humanos em
Cuba, como se um país pudesse dizer a outro o que
deve ou não fazer.
Pois não tem a menor importância o que ela diga,
mas sim o direito de qualquer cidadão expressar livremente suas ideias em solo
brasileiro. Até porque, as declarações críticas de Yoani sobre o regime cubano
não trouxeram nenhuma novidade em relação ao que ela já escreve em seu blog faz
mais de cinco anos.
A simples presença de Yoani Sánchez no Brasil, primeiro
país visitado em sua volta ao mundo, deveria ser festejada como um sinal de
abertura do regime cubano -- uma abertura lenta, gradual e segura, como aquela
que tivemos aqui na ditadura brasileira, patrocinada pelo general Ernesto
Geisel, no final da década de 1970.
O atraso mental e a truculência dos que ainda
vivem nos tempos da
Guerra Fria, transformaram a inofensiva Yoani, de
quem poucos haviam ouvido falar, em vítima indefesa, e sua visita, em manchete
de jornal, como se estivéssemos à beira de um conflito armado.
Deixem a moça em paz, e vamos cuidar da vida, que
a gente ganha mais.
A palhaçada desta destes petistas tupiniquins surtiu efeito bumerangue: Bateu e voltou.
ResponderExcluirA única coisa dita por Fidel Castro, nos longos discursos, (alguns duram 5 horas), para a qual em me referencio foi:
"EM QUALQUER LUGAR DO MUNDO ONDE HOUVER UM ANALFABETO, COM CERTEZA ESTE ANALFABETO NÃO SERÁ UM CUBANO". O resto é conversa pra boi dormir...
Fernando
Ilheus/Bahia