Há cerca de um ano atrás o vereador Gilberto de Belchior, com
base nas previsões meteorológicas e levando em consideração que o nosso semiárido
teria sido comtemplado com uma década de bons invernos, encaminhou
requerimentos para os três níveis de governo, Municipal, Estadual e Federal,
alertando para a iminência de período de estiagem e a necessidade de medidas
concretas de convivência com a seca.
Prefiro falar em convivência com a seca, porque acho
inadequado se falar em combater à seca. Afinal, como poderíamos combater a natureza?
Como explica a meteorologia, as chuvas são influenciadas pelas correntes de
ventos, pelas diferenças de temperaturas dos oceanos e muitos outros fatores e
eventos que ocorrem no globo terrestre.
Voltando ao que interessa, o longo período de estiagem que
vem castigando o nosso semiárido já causou estragos na nossa economia, difícil
de ser recuperada. A principal fonte de
renda do nosso homem do campo é a pecuária. Como sabemos, Custódia tem uma das
maiores feiras de animais da região.
Nesse dia, as pessoas trazem o boi, o cavalo, a cabra, a
ovelha, a galinha, as vendem e com o dinheiro vão a feira para fazer suas
compras e pagar suas dívidas.
A atividade agrícola, basicamente de subsistência, serve mais
como suporte para a pecuária e para o sustento da família. Não tem impacto na
economia. Se não temos inverno não temos produção agrícola, porém, se no ano
seguinte tivermos um bom inverno voltamos a produzir o milho, o feijão, etc.
No caso da pecuária a situação é bem diferente. Com essa
estiagem já perdemos aproximadamente oitenta por cento do nosso rebanho e o que
é pior, estamos perdendo a capacidade de sonhar, de acreditar, de reagir.
O que escutamos por aí é que, depois dessa seca, pouca gente
vai querer voltar a criar, a investir na pecuária, que para se recuperar precisaríamos
de novos investimentos, para recuperar pastagens, para aquisição de novas
matrizes e novos reprodutores, coisa que o nosso criador não pode e nem está
mais disposto a fazer.
O comércio já está sentindo os efeitos dessa crise. Nem só de
Bolsa Família e de assalariados vive a nossa economia urbana. Comerciantes de
todos os seguimentos já se queixam da falta de movimento.
Mas tudo isso já era previsível. Está lá no meu Requerimento
de fevereiro de 2012. Mas, então por que o Estado Brasileiro, através de suas
instituições, democraticamente consolidadas, não toma medidas eficazes e
permanentes que permitam uma convivência harmoniosa do homem com a natureza,
nesse caso específico, do homem do semiárido nordestino com as estiagens, que
são cíclicas, ou seja, de vez em quando acontecem?
Quando algumas medidas são tomadas via de regra são tímidas e parecem estarem muito mais
voltadas à promoção midiática de algum governante do que mesmo para resolver o problema
ao qual se destina!
SALVEM O NOSSO
SEMIÁRIDO NORDESTINO!
Vereador Gilberto de Belchior
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