Surgiu o primeiro movimento de contestação a Eduardo Cunha. Curiosamente, é capitaneado por seus próprios aliados. Integrantes do bloco que o alçou à presidência da Câmara estão inconformados com a intenção de Cunha de ceder a relatoria da CPI da Petrobras a um deputado do PT. Farejou-se no gesto um odor de “acordão”. Na definição de um correligionário do PMDB, partido de Cunha, um petista como relator da CPI seria “um vampiro em banco de sangue”.
Os aliados de Cunha sentiram-se traídos. Deram-lhe poder para que ele os livrasse do que chamam de “hegemonia do PT”. Súbito, numa carnavalesca Sexta-Feira 13, descobriram que Cunha abrira negociações com o petismo sem consultá-los. Fez isso num instante em que o blocão de partidos antipetistas tramava controlar os dois postos de comando da CPI, alijando o PT —exatamente como sucedeu na comissão sobre reforma política, que será relatada pelo PMDB e presidida pelo DEM.
Negociam com Eduardo Cunha os petistas Sibá Machado e José Guimarães, respectivamente líderes do PT e do governo. Em privado, dão de barato que indicarão o relator da CPI petroleira. Já buscam um nome. Numa troca de telefonemas, o pedaço insubmisso do bloco de Cunha decidiu reagir. O presidente da Câmara será convidado a dar meia-volta. Do contrário, arrisca-se a produzir a primeira fenda no seu grupo de apoiadores, que parecia monolítico.
Nas pegadas de sua eleição, o próprio Eduardo Cunha informara em plenário que seu bloco, por majoritário, teria a primazia na escolha dos cargos na Mesa diretora da Câmara e nas comissões. O regime de pão e água que excluiu o PT da Mesa e do comando da comissão da reforma política perduraria pelos quatro anos da atual legislatura.
Nessa estratégia, caberia ao PMDB indicar o presidente e o relator da CPI da Petrobras. Se o partido opta por abrir mão da relatoria, tem de ofertá-la a uma legenda do bloco, não ao PT. Com uma ponta de desalento, um dos revoltados lamuriou-se: “Queríamos nos livrar do jugo do PT e estamos caindo na hegemonia do Eduardo Cunha. Ele não pode imaginar que vai tomar uma decisão como essas sozinho.”
O tema será levantado em reunião da bancada do PMDB marcada para 24 de fevereiro, dia em que o Congresso retoma suas atividades depois do feriadão carnavalesco. Vai-se saber, então, se os insatisfeitos com Cunha têm infantaria para converter o seu flerte com o petismo numa rebelião.
Longe dos refletores, Eduardo Cunha diz que a relatoria da CPI deve ficar com o PT para que o partido arroste o inevitável desgaste que as tentativas de abafar o caso trarão. Em meio ao esforço para entender as motivações do presidente da Câmara, surgiu entre seus eleitores uma interpretação bem mais malévola: o deputado joga na inviabilização da CPI para evitar desgastes adicionais a peemedebistas enrolados no petrolão, entre eles o amigo Sérgio Cabral. No limite, Cunha estaria executando uma operação de autodefesa.
Sintomaticamente, Lula reuniu-se no Rio, na quarta-feira, com a cúpula estadual do PMDB: o ex-governador Cabral, o governador Luiz Fernando Pezão e o prefeito Eduardo Paes.
Os aliados de Cunha sentiram-se traídos. Deram-lhe poder para que ele os livrasse do que chamam de “hegemonia do PT”. Súbito, numa carnavalesca Sexta-Feira 13, descobriram que Cunha abrira negociações com o petismo sem consultá-los. Fez isso num instante em que o blocão de partidos antipetistas tramava controlar os dois postos de comando da CPI, alijando o PT —exatamente como sucedeu na comissão sobre reforma política, que será relatada pelo PMDB e presidida pelo DEM.
Negociam com Eduardo Cunha os petistas Sibá Machado e José Guimarães, respectivamente líderes do PT e do governo. Em privado, dão de barato que indicarão o relator da CPI petroleira. Já buscam um nome. Numa troca de telefonemas, o pedaço insubmisso do bloco de Cunha decidiu reagir. O presidente da Câmara será convidado a dar meia-volta. Do contrário, arrisca-se a produzir a primeira fenda no seu grupo de apoiadores, que parecia monolítico.
Nas pegadas de sua eleição, o próprio Eduardo Cunha informara em plenário que seu bloco, por majoritário, teria a primazia na escolha dos cargos na Mesa diretora da Câmara e nas comissões. O regime de pão e água que excluiu o PT da Mesa e do comando da comissão da reforma política perduraria pelos quatro anos da atual legislatura.
Nessa estratégia, caberia ao PMDB indicar o presidente e o relator da CPI da Petrobras. Se o partido opta por abrir mão da relatoria, tem de ofertá-la a uma legenda do bloco, não ao PT. Com uma ponta de desalento, um dos revoltados lamuriou-se: “Queríamos nos livrar do jugo do PT e estamos caindo na hegemonia do Eduardo Cunha. Ele não pode imaginar que vai tomar uma decisão como essas sozinho.”
O tema será levantado em reunião da bancada do PMDB marcada para 24 de fevereiro, dia em que o Congresso retoma suas atividades depois do feriadão carnavalesco. Vai-se saber, então, se os insatisfeitos com Cunha têm infantaria para converter o seu flerte com o petismo numa rebelião.
Longe dos refletores, Eduardo Cunha diz que a relatoria da CPI deve ficar com o PT para que o partido arroste o inevitável desgaste que as tentativas de abafar o caso trarão. Em meio ao esforço para entender as motivações do presidente da Câmara, surgiu entre seus eleitores uma interpretação bem mais malévola: o deputado joga na inviabilização da CPI para evitar desgastes adicionais a peemedebistas enrolados no petrolão, entre eles o amigo Sérgio Cabral. No limite, Cunha estaria executando uma operação de autodefesa.
Sintomaticamente, Lula reuniu-se no Rio, na quarta-feira, com a cúpula estadual do PMDB: o ex-governador Cabral, o governador Luiz Fernando Pezão e o prefeito Eduardo Paes.
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