Da Folha de S.Paulo – Ranier Bragon e Marcio Falcão
O PMDB, partido do novo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (RJ), vai apresentar uma proposta fechada de reforma política cujo carro-chefe é o chamado "distritão", modelo que altera a forma como são escolhidos os deputados federais. O "distritão" que será defendido pelo PMDB é uma bandeira antiga do vice-presidente da República, Michel Temer. Cunha também apoia a mudança.
Pelo modelo, serão eleitos os candidatos a deputado federal mais votados em cada Estado. São Paulo, por exemplo, tem direito a 70 cadeiras na Câmara --logo, seriam eleitos os 70 candidatos mais votados no Estado.
Pelo sistema atual, nem sempre o mais votado é o eleito. Isso porque os votos válidos (em candidatos ou na legenda) são divididos pelo número de vagas de cada Estado, chegando-se ao chamado quociente eleitoral.
Esse sistema é criticado por distorções como a ocorrida na eleição de Enéas Carneiro em 2002. Seu 1,5 milhão de votos levou o nanico Prona a atingir o quociente eleitoral seis vezes, o que levou para a Câmara outros cinco candidatos da legenda. Um deles havia recebido apenas 275 votos.
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